Já que tem percebido uma sensibilidade incomum na parte interna da minha boca — principalmente na mucosa jugal e palato — e, como cirurgião de cabeça e pescoço, isso naturalmente acende alguns alertas. Sei que diversas causas podem estar por trás desse incômodo, e preciso considerar desde as mais simples até as mais relevantes na minha área de atuação.

As possibilidades mais benignas incluem:
• Irritação por trauma mecânico (como mordidas, escovação agressiva ou uso de próteses)
• Aftas ou úlceras traumáticas
• Alterações por alimentos ácidos ou quentes
• Deficiência de vitaminas, especialmente do complexo B, ferro ou zinco
• Reações alérgicas ou contato com substâncias irritantes (como enxaguantes bucais com álcool)
Mas também não descarto condições que merecem investigação mais cuidadosa:
• Candidíase oral, especialmente se houver uso de antibióticos ou imunossupressão
• Líquen plano oral ou outras lesões liquenoides
• Síndrome da boca ardente, especialmente em casos sem lesões visíveis
• Lesões pré-malignas ou malignas, como eritroplasia ou carcinoma espinocelular inicial — ainda mais se a sensibilidade for persistente, unilateral, associada a áreas endurecidas ou com alteração da coloração da mucosa
Diante disso, o ideal é realizar um exame clínico minucioso, com inspeção e palpação cuidadosa de toda a cavidade oral. Caso a sensibilidade persista por mais de 2 semanas, especialmente se houver áreas eritematosas ou endurecidas, considero indicado realizar uma biópsia incisional para diagnóstico histopatológico.
A vigilância é fundamental — mesmo lesões pequenas podem esconder alterações significativas. Como costumo dizer: na cavidade oral, todo desconforto persistente merece respeito e atenção.