A laringe é uma estrutura localizada logo acima da traquéia, contém as pregas vocais que nos permitem falar e cantar.
A abertura superior da laringe é recoberta por uma estrutura cartilaginosa chamado epiglote que oclui a via aérea superior prevenindo a aspiração de conteúdo alimentar, sendo esta função tão importante que 7 dos 8 músculos da laringe são utilizados para seu fechamento.
O manutenção da via aérea pérvia é garantida pelo músculo cricoaritenoideo posterior o qual quando lesado põe em risco a vida do paciente por dificuldade respiratório por estreitamento da via aérea superior.
Nos tumores de laringe, células malignas se desenvolvem dentro da laringe predominantemente no tecido epitelial que a recobre.
Cerca de 11.000 casos novos são diagnosticados a cada ano.
Sintomas do câncer de laringe
- Dor de garganta persistente ou tosse
- Dor ou dificuldade ao deglutir
- Dor de ouvido persistente
- Tumoração no pescoço ou na garganta
- Alteração da voz (rouquidão)
- Escarros com sangue
A presença de um ou mais desses sintomas não significa que você possui câncer de laringe porém é importante relatá-los ao seu médico para que ele possa relacioná-los a prováveis problemas de saúde.
Diagnóstico do câncer de laringe
Seu médico deve realizar questionamentos a respeito de seus sintomas e história médica. É necessário também um exame físico do pescoço e garganta, devendo palpar linfonodos cervicais eventualmente aumentados e visualizar sua garganta através de instrumental com espelho ou telescopia.
Exames que podem ser solicitados:
→ Videolaringoscopia:
• Exame com uso do laringoscópio (fino tubo com câmera e luz imbutida)
→ Endoscopia digestiva alta
• Exame realizado para visualização de estruturas internas do organismo como o tubo digestivo e identificação de eventuais anormalidades, sendo possível também a retirada de amostrar de material para biópsia
→ Tomografia computadorizada
• Exame que utiliza raios-X para formar imagens do interior do organismo fornecendo maiores detalhes das estruturas e órgãos a serem estudados
→ Ressonância magnética
• Exame que utiliza ondas eletromagnéticas para formar imagens detalhadas do interior do organismo. Utiliza-se contraste iodado injetado em veia periférica para melhorar as imagens obtidas ao raio-X.
→ Biópsia
• Exame que remove amostras de células ou tecidos para exame em microscópio para diagnóstico histológico de diversas doenças
→ PAAF
• Punção aspirativa por agulha fina – uma agulha fina é introduzida no interior da estrutura investigada e células são retiradas para estudo em microscópio. (Pode ser realizada em associação ao US guiando a punção).
→ PET-Scan
• Exame que auxilia na pesquisa de metátases (quando o tumor primário está espalhado para outros órgãos) utilizando a tomografia por emissão de pósitrons e infusão venosa de moléculas de glicose marcada que é captada com maior intensidade por células do câncer.
Fatores de risco para câncer de laringe
→ Tabaco é o principal fator de risco (95% dos casos de câncer ocorrem em tabagistas)
→ Alcoolistas pesados tem maior risco e aqueles que fumam e bebem tem cerca de 100 vezes mais risco de desenvolver câncer de laringe
→ Homens são acometidos 4 vezes mais que mulheres
→ Idade acima de 50 anos
→ Outros fatores incluem: infecção pelo HPV, refluxo ácido, imunodepressão, exposição excessiva a pó de madeira e certos produtos químicos
Tratamento do câncer de laringe
Existem basicamente três modalidades terapêuticas utilizadas para tratamento do câncer:
→ Cirurgia
→ Radioterapia
→ Quimioterapia
A maioria dos tratamentos propostos incluem 2 ou mais destas modalidades. Se a cura não for possível pode ser realizado tratamento paliativo com intenção de reduzir o tamanho e disseminação tumoral além da amenização dos sintomas associados.
Entre as opções de tratamento cirúrgico existem modalidades de laringectomias parciais com preservação parcial da função laríngea fonatória e de prevenção da broncoaspiração, a depender da extensão tumoral e da indicação cirúrgica.
Suporte
O paciente portador de neoplasia maligna de laringe merece especial atenção quanto ao suporte nutricional devido sua possível limitação para aceitação alimentar, visando manter bom status clínico para suportar o tratamento seja cirúrgico ou radioquimioterápico. Necessita de controle analgésico adequado além de suporte psicológico com auxílio profissional e familiar em todas as fases da doença.
Seguimento
O seguimento regular do paciente após o tratamento inicial é fundamental devido o risco de recorrência da doença principalmente nos 2 primeiros anos quando 80-90% das recorrências ocorrem.
Os paciente são permanentemente estimulados a pararem de fumar e beber álcool. O ato de fumar e beber reduz a efetividade do tratamento além de elevar em muito o risco de recorrência de doença.